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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Dilma: pontapé na concordância verbal e uma rasteira na coerência.

“O que é (sic) R$ 10 mil?”, desdenha Dilma.

Por Augusto Nunes

Há quase dois anos, ao festejar na TV o fim da pobreza extrema em território brasileiro, Dilma Rousseff explicou que só pode ser enquadrada nessa categoria gente cuja renda mensal é inferior a 70 reais. Qualquer quantia acima disso, portanto, é suficiente para que se atravesse 30 dias sem maiores aflições. Na sabatina da Folha, como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, uma curtíssima resposta-pergunta da presidente bastou para reduzir a farrapos a fantasia de Princesa Isabel dos Miseráveis.

“O que é (sic) R$ 10 mil?”
(Dilma chutando a concordância)

Quase no fim da sabatina, um dos entrevistadores perguntou-lhe por que guarda em casa 152 mil reais em espécie. Dilma enrolou-se em explicações tão consistente quanto os prognósticos econômicos de Guido Mantega. Outro jornalista ponderou que, se depositasse a bolada numa caderneta de poupança, lucraria perto de 10 mil reais em um ano. “O que é 10 mil?”, deixou escapar a presidente, desferindo simultaneamente um pontapé na concordância verbal e uma rasteira na coerência. (Vídeo O que é (sic) dez mil reais?)

Com a quantia que desdenhou, Dilma poderia, por exemplo, comprar 3.333 bilhetes do metrô paulista. Ou manter 12 brasileiros acima da linha da miséria durante um ano. Ou, ainda, bancar pelo mesmo período 11 beneficiários do Bolsa Família. Com R$ 10 mil, a presidente também poderia pagar 37 jantares no restaurante Eleven, onde costuma baixar durante “escalas técnicas” em Lisboa. Ou 10 noites na suíte menos cara do hotel Four Seasons Ritz, também em Lisboa. Se preferisse a suíte presidencial, como em janeiro, teria de reduzir em alguns maços a pilha de cédulas escondida no Palácio da Alvorada para completar a diária de R$ 26,2 mil.

Os R$ 152 mil que mantém ao alcance da mão (e que lhe permitiriam comprar à vista um Mercedes CLA 200 zero quilômetro) incorporam a dona da bolada a um reduzidíssimo grupo de brasileiros. Só guardam em casa tanto dinheiro vivo os agiotas ultraconservadores, os sonegadores do Fisco, os bicheiros da velha guarda, os sovinas patológicos e, sabe-se agora, uma presidente da República. É a única em toda a comunidade formada em economia, o que faz de Dilma Rousseff também a única economista do mundo que acha um bom negócio investir debaixo do colchão.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Existem no Brasil juízes sem medo. Ainda bem.

Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF
Para azar da seita que venera corruptos, Joaquim Barbosa é um homem honesto

Por Augusto Nunes

O ministro Joaquim Barbosa já esclareceu que nunca figurou em listas de passageiros da FABTur. Quando viaja entre Brasília e o Rio de Janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal usa passagens aéreas da cota a que têm direito todos os integrantes da corte. Foi o que fez na última sexta-feira de maio, quando embarcou para o fim de semana em seu apartamento no Rio.
 
Na tarde de 2 de junho, convidado por Luciano Huck, Barbosa assistiu no camarote do apresentador da Globo ao jogo entre o Brasil e a Inglaterra. Ele não estava no Maracanã na final da Copa das Confederações. Estes são os fatos. O resto é coisa dos blogueiros de aluguel a serviço dos corruptos que o ministro não tem medo de punir. São eles os responsáveis pela disseminação de invencionices que eventualmente confundem também jornalistas íntegros.
 
Como já não pode esconder que é chefiada por sacerdotes bandidos, a seita lulopetista mantém ativada 24 horas por dia a usina de mentiras destinadas a provar que todos os brasileiros são gatunos ou vigaristas. Os decentes são milhões, avisa a revolta da rua. E estão indignados com a turma contemplada pelo governo com a licença para roubar impunemente.
 
A infâmia do momento tenta convencer a plateia de que não há diferenças entre uma viagem regular do relator do mensalão e a farra aérea protagonizada por gente como Lula, Rose Noronha, Sérgio Cabral, Garibaldi Alves, Renan Calheiros ou Henrique Alves. Infelizmente para o bando que venera quadrilheiros, o ministro nada fez de ilegal ou imoral.
 
Logo serão julgados os derradeiros recursos dos condenados pela roubalheira descoberta em 2005. Os participantes das manifestações de protesto exigem o cumprimento das penas fixadas pelo STF. A última esperança da quadrilha é arrastar o relator para o pântano. Não vão conseguir. Para desgraça dos mensaleiros, e para sorte do país que presta, os defeitos do presidente do STF não incluem a desonestidade.
Joaquim Barbosa não está na mira do clube dos cafajestes pelos surtos de intolerância ou por espasmos populistas. Não virou alvo pelos erros que comete, mas por ter deixado muito claro que existem no Brasil juízes sem medo.

domingo, 16 de junho de 2013

Augusto Nunes: Dilma viu a cara do Brasil


A vaia de espantar Nelson Rodrigues mostrou a Dilma a cara do Brasil real

16/06/2013 às 15:45 \ Direto ao Ponto \ Revista Veja

“Para Dilma Rousseff, mal começou a descoberta do Brasil real: foi só a primeira vaia”, avisou em 30 de abril a última frase do post sobre apunição sonora sofrida pela presidente em Campo Grande. Se tivesse ouvido a advertência, ela nem passaria perto de campos de futebol. Como só ouve marqueteiros e áulicos, que tentam promover a rainha uma supergerente de araque, apareceu no estádio Mané Garrincha, em Brasília, pronta para oferecer aos súditos uma chance de ovacioná-la. Deu no que deu.

Dilma desconfiou que deveria ter ficado em casa quando a multidão soube que estava por lá: a vaia começou. Intensificou-se quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, mencionou seu nome. E se tornou espessa, unânime, estrondosa, feroz quando o supercartola teve a má ideia de perguntar aos quase 70 mil torcedores onde estavam “o respeito e o fair play”.

Blatter só conseguiu duplicar os alvos da manifestação de descontentamento e elevar em incontáveis decibéis o som da hostilidade. Submetida a uma vaia de espantar Nelson Rodrigues, Dilma achou melhor cancelar a leitura do discurso escrito por algum comparsa menos impiedoso com a língua portuguesa. Sempre vergastada por apupos devastadores, que ampliaram notavelmente a teia de vincos escavados na carranca, limitou-se a declarar aberta a Copa das Confederações.

Se a primeira vaia ninguém esquece, a segunda pode ser especialmente dolorosa. Num coro ininterrupto, dezenas de milhares de brasileiros mostraram a cara do país real, destruíram monumentos ao embuste esculpidos por pesquisas encomendadas, ressuscitaram a verdade assassinada e comunicaram a Dilma que a insônia crônica chegou.

Ela vai atravessar a madrugada deste domingo (e muitas outras) remoendo as lembranças do péssimo sábado. E tratará de pulverizar os demais compromissos que assumiu como presidente do País do Futebol. Falar coisas ininteligíveis para plateias amestradas não provoca efeitos colaterais nem tem contra-indicações. Sabujos só sabem bater palmas.

A Seleção ganhou do Japão, a torcida perdeu de vez a companhia da Primeira Torcedora. (E de Lula, claro: ainda traumatizado pela vaia do Maracanã no Pan-2007, ele acabou de ver pela TV o que o espera caso resolvga estacionar num estádio o palanque ambulante). Para o Brasil que presta, o sábado foi muito animador.

É cedo para saber se o time de Felipão vencerá a Copa das Confederações. Mas os farsantes no poder nunca mais esquecerão a derrota desmoralizante, definitiva, irreversível. E logo aprenderão que é só o começo.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Quem é Paulo Okamoto. Quem matou Sadao Higuchi?

Quem é Paulo Okamoto?
Por Augusto Nunes

Paulo de Tarso Venceslau, um dos fundadores do PT, foi expulso do partido depois de ter revelado para Luis Inácio o esquema de arrecadação de dinheiro na região de São José, de cuja prefeitura também foi demitido. A nota está no blog do Augusto Nunes, na Veja.

E Paulo Okamoto, que o Marcos Valério afirmou que o ameaçou de morte, está envolvido. Paulo de Tarso diz que foi exonerado sumariamente a pedido de Paulo Frateschi e Okamoto, segundo relatou a prefeita Ângela Guadanin. Paulo de Tarso conhece bem Okamoto que não era funcionário da prefeitura, mas sempre rondava os empresários credores para arrecadação paralela. Paulo de Tarso não duvida das ameaças relatadas por Valério no MP.

Ele conta um caso, no mínimo, escabroso. A de Sadao Higuchi, por exemplo, responsável pelo encaminhamento de "recursos vindos do exterior" a Okamoto. Sadao morreu "afogado" numa represa, próxima de Bragança, em 13 de junho de 1998, durante a campanha eleitoral. Detalhe: o morto tinha uma contusão na cabeça provocado "pelo choque do barco onde estava quando caiu na água". Detalhe: era bote inflável.

O economista Paulo de Tarso Venceslau nasceu em Santa Bárbara d’Oeste e tem 69 anos. Foi ativista da Ação Libertadora Nacional e participou, em 69, do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick. Preso, passou cinco anos na prisão onde se aproximou do PT. Mais tarde, ao denunciar as arrecadações, foi desfiliado do PT.

Em setembro, em novo depoimento à Procuradoria Geral da República, Marcos Valério disse que foi procurado por Paulo Okamoto, a pedido de Lula, dizendo que "tinha gente no PT que queria sua morte". E finalizou dizendo: "comporte-se ou você morre". Paulo é diretor do Instituto Lula. Valério também relatou que lhe foi solicitado pelo PT o envio de dinheiro para um empresário que estava ameaçando contar sobre a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, caso estranho e sem definição, ainda.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Clauss Roxin afirma que é mentira

"Jurista alemão afirma que jornal fabricou notícia favorável a mensaleiros condenados"

Jurista Clauss Roxin diz que não declarou nada

Republicado pela coluna do Noblat "Jurista alemão afirma que jornal fabricou notícia favorável a mensaleiros condenados" foi escrito por Augusto Nunes e refere-se a publicação da Folha sobre declarações que atribuiram ao jurista alemão Clauss Roxin, sobre a teoria do domínio de fato em defesa dos mensaleiros.

Por Augusto Nunes

Na edição de 11 de novembro, a Folha de S. Paulo amparou-se em declarações atribuídas ao jurista alemão Claus Roxin, um especialista na teoria do domínio do fato, para socorrer na página 5 os condenados no julgamento do mensalão. Participação no comando do esquema tem de ser provada, diz o título da reportagem que promoveu um desfile de frases muito animadoras para os companheiros punidos pelo Supremo Tribunal Federal. Por exemplo: “Roxin diz que essa decisão precisa ser provada, não basta que haja indícios de que ela possa ter ocorrido”,

Neste domingo, um esclarecimento público divulgado por Roxin em Munique e reproduzido pelo site Consultor Jurídico atestou que a reportagem, assinada por Cristina Grillo e Denise Menchen, é tão verdadeira quanto um palavrório de Paulo Maluf sobre contas em paraísos fiscais. Durante a conversa ocorrida no Rio no fim de outubro, em nenhum momento o jurista imaginou que as perguntas estavam associadas ao julgamento em curso no STF, que não tem acompanhado e cujo conteúdo desconhece.

“O professor se limitou a repetições das opiniões gerais que ele já defende desde 1963, data em que publicou a monografia sobre “Autoria e domínio do fato” (Täterschaft und Tatherrschaft)”, esclarece o documento redigido pela assessoria de Roxin, que se declarou especialmente perplexo com outro espasmo de criatividade dos autores da reportagem: “O jurista alemão disse à Folha que os magistrados que julgam o mensalão não tem (sic) que ficar ao lado da opinião pública, mesmo que haja o clamor da opinião pública por condenações severas’”.

O esclarecimento público resgata a verdade: “A Folha já havia terminado suas perguntas quando um dos participantes (da mesa-redonda na Universidade Gama Filho), em razão de uma palestra em uma escola para juízes (a EMERJ) que Roxin proferiria, indagou se havia alguma mensagem para futuros juízes, que, muitas vezes, sofrem sob a pressão da opinião pública. O professor respondeu a obviedade de que o dever do juiz é com a lei e o direito, não com a opinião pública”.

Além de demolir a reportagem, o texto desmonta uma invencionice: Roxin se espantou “ao ler, no dia 18 de novembro de 2012, notícia do mesmo jornal em que consta que ele teria manifestado “interesse em assessorar defesa de Dirceu”. O professor afirma tratar-se de uma inverdade. O professor declara tampouco ter interesse em participar na defesa de qualquer dos réus. Segundo ele, não só não houve, até o presente momento, nenhum contato de nenhum dos réus ou de qualquer pessoa a eles próxima; ainda que houvesse, o professor comunica que se recusaria a emitir parecer sobre o caso, que desconhece quase por completo”.

Em resumo: Claus Roxin não acompanha o julgamento do mensalão, não está interessado no assunto, não fez comentários sobre o caso, não analisou o desempenho dos ministros do STF, não foi convidado para assessorar advogados de defesa de qualquer condenado e, se for convidado, recusará. Os leitores do jornal aguardam explicações. Se é que existem.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Augusto Nunes: criminosos não merecem respeito


07/11/2012
 às 17:30 \ Direto ao Ponto
Augusto Nunes

Os quadrilheiros condenados sonham com a extinção do jornalismo independente

Decidido a desmentir a suspeita de que a seita lulopetista sonha com a censura à imprensa, o ex-jornalista Rui Falcão confirmou-a no artigo publicado pela Folha de 2 de novembro. “Nos últimos dias, ressurgiram os rumores de que PT pretende retaliar os ataques infundados que sofreu propondo censura à mídia. Nada mais mentiroso”, mentiu o presidente do partido. “O PT apenas quer debater na sociedade e no Congresso a necessária regulação da mídia, com o fito de alargar a liberdade de expressão e fortalecer a democracia.”
Linhas adiante, o mitômano sem cura rasgou a fantasia: “Nosso partido fará agora uma profunda avaliação sobre as injustiças de que tem sido alvo, em reunião do nosso diretório nacional ainda neste ano”, entregou-se. Injustiças cometidas pelo jornalismo independente, claro. Falcão encerrou o palavrório com uma piada: “O PT continuará defendendo a ética e a democracia, a despeito daqueles que discordam desses valores”.
Como jamais perde qualquer chance de errar, José Dirceu entrou na conversa para endossar a discurseira do companheiro ─ e transformou a suspeita em certeza. No começo da semana, o ex-ministro condenado pelo STF por corrupção ativa e formação de quadrilha elogiou Rui Falcão por ter desmontado a boataria espalhada pelo que agora chama de “grande e velha mídia”. Nesta quarta-feira, ao discursar no 35° Congresso Nacional de Jornalistas, entregou-se também.
“O Congresso realiza-se num momento crucial em que o país retoma a discussão da regulação da mídia, um debate que deverá intensificar-se em 2013″, avisou o orador. Conversa fiada. O que o país anda discutindo é a pena que deve ser aplicada aos quadrilheiros do mensalão. E o que vai intensificar-se em 2013 é o combate à corrupção apadrinhada pelos donos do poder.
O que Dirceu e Falcão chamam de “regulação da mídia” é a velha e sórdida censura à imprensa. Caprichando na pose de inocente, o coro dos candidatos à cadeia grita que os ministros do STF sucumbiram às pressões da imprensa conservadora. “As condenações foram influenciadas pela mídia”, garante o refrão composto por Dirceu. Coisa de vigarista. Os mensaleiros foram castigados porque atropelaram o Código Penal e passaram os anos seguintes confiantes na impunidade perpétua.
Ao comentar as denúncias de Marcos Valério que confirmam seu envolvimento no caso Celso Daniel, o caixa-preta Gilberto Carvalho dispensou-se de acionar judicialmente o acusador com uma justificativa esperta: “É preciso respeitar o desespero dele”. Desesperada está a turma do mensalão, corrige o berreiro dos condenados. Mas criminosos não merecem respeito.