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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Bar Abbas, o guerrilheiro judeu


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

“Que farei de Jesus, que dizeis ser o rei dos judeus? - perguntou Pilatos.
Eles gritaram de novo “crucifica-o!"

Disse-lhes Pilatos: “Mas que mal ele fez?"
Eles, porém, gritaram com mais veemência: “Crucifica-o!”
- Quem devo libertar? Jesus da Nazaré ou Bar Abbas? - perguntou Pôncio Pilatos, o governador rom
ano nas terras da Judéia.
E o povo gritou, em coro; Bar Abbas! E ele foi posto livre e Jesus, condenado.

Mas, quem foi Barrabás?

Segundo a narrativa bíblica, Barrabás (do aramaico Bar Abbas que significa "filho do pai") foi um salteador e assassino que viveu na época de Jesus e, no momento do julgamento da figura mais popular de todos os tempos, entrou para a história cristã como uma figura do mal. No cinema Barrabás é mostrado como um louco desvairado.

Na verdade Barrabás foi um guerrilheiro que lutou contra soldados romanos que dominavam a Judeia e usava a estratégia de assaltos contra as caravanas dos dominadores. Ele nasceu em Jopa, ao sul da Judeia e fazia parte do grupo chamado Zelotes, judeus que lutavam contra Roma. Em Cafarnaum, num dos ataques, um soldado morreu e, por isso, ele foi preso e sua condenação à morte, certa.

Os Zelotes eram grupos de judeus que apostavam na guerrilha para se libertar. Zelote vem de zelo, no sentido de devoção intensa e, para se livrar dos dominadores, morrer ou matar era perfeitamente aceitável. Os Zelotes aguardavam um  Messias libertador mas se decepcionaram quando Jesus recusou a violência dizendo-lhes que "seu Reino não era desse mundo". Simão, um dos 12 apóstolos, era chamado de "o Zelote" provavelmente por fazer parte daquela facção antes de seguir Jesus.

"E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte", diz a passagem em Marcos 15:17. Em Mateus (27:16) é citado como "preso muito conhecido" e em Lucas (23:19) diz que Barrabás foi lançado na prisão "por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio". Em João (18:40) ele é "salteador".

A narrativa bíblica demonstra que Pôncio Pilatos, por não encontrar culpa em Jesus prometeu surra-lo e liberta-lo e, diante da insistência do povo que pedia a condenação, recorreu ao argumento de apresentar outro judeu para a escolha do sacrifício na cruz.

Mas, se Pôncio sabia que Barrabás era um guerrilheiro famoso, respeitado pelos judeus e membro da Zelotes, coloca-lo numa disputa direta com Jesus seria absolvição evidente. Sobre Barrabás, após a crucificação de Jesus nada mais é encontrado na literatura cristã.

Anthony Quinn estrelou o filme Barrabas dirigido por Richard Fleischer

sábado, 24 de dezembro de 2016

Jesus não era bonito


Imagem de como seria Jesus baseado em pesquisas de cientistas forenses: um judeu comum

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A publicação divulgada por um grupo de cientistas forenses em 2001 e que mostrou como seria realmente a imagem de Jesus, causou muitas críticas entre os cristãos que se acostumaram a concepção de um Cristo caucasiano, olhos verdes e cabelos longos e lisos. Relatos bíblicos de Isaias, entretanto, profetizavam que Jesus "não tinha beleza nem formosura e olhando nos para ele, nenhuma beleza víamos para que o desejássemos... (Is.53.2b). Exceto nessa passagem, não há na bíblia referência maior sobre sua aparência.

Essa ausência permitiu aos pintores renascentistas criarem a imagem de Cristo conforme sua concepção de beleza, no caso, retratado como um caucasiano. No cinema, Jesus só foi interpretado por atores altos, brancos e de cabelos lisos. Mas Jim Caviezel, que estrelou Jesus no filme de Mel Gibson, teve seus olhos azuis alterados por lentes castanhas.

A nova concepção científica mostra Jesus como um judeu de pele escura, como qualquer outro homem da região, de aparência comum, baixo (entre 1:55m a 1:65m), cabelos duros e curtos e rosto marcado. O pesquisador britânico Richard Neave, especialista em ciência forense, usou três crânios do século 1 para compor a imagem aproximada do rosto de Jesus. O processo foi elaborado por softwares 3D de modelagem.

Mosaico do século 5 encontrado no Mausoléu Gala de Placídia,em Ravena, Itália: Jesus sem barba

Em 1 Coríntios 11:14 o apóstolo Paulo questiona: "Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido?" Acredita-se, então, que Paulo não falaria em desonra de homens com cabelos longos se Cristo os tivesse também. Já no século 3 Jesus era representado em pinturas sem barba e com cabelos curtos. Dois séculos após ele já aparecia de barba e cabelos longos, como os imperadores bizantinos e, na Itália, parecido com os nobres brancos, cabelos dourados e olhos claros.

O mesmo Isaias profetizou qual seria a aparência do filho de Deus antes da sua crucificação, após os açoites: "...sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano" (Isaías 52:14).

"The Passion of The Christ", filme de Mel Gibson, retrata fielmente os últimos momentos de Jesus e as pesquisas são puramente o evangelho. O filme mostra como realmente foi violenta a agressão que sofreu antes da crucificação. Portanto, próximos dos relatos bíblicos.

Em Mateus 26:67 e 27:30 (Então cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, outros o esbofeteavam / E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça) indicam que Cristo foi severamente machucado: "Sua aparência era tão terrível que as pessoas olhavam para Ele com espanto." Por retratar a realidade bíblica, o filme de Gibson foi recusado pelas grandes produtores americanas e, mesmo pronto, bancado pelo ator, as maiores distribuidoras não aceitaram o serviço. O filme foi considerado antissemita.

The Passion of The Christ", fontes bíblicas retrataram a realidade do sofrimento de Jesus